PIOMETRA: doença silenciosa, sofrida e fatal.
Piometra em
cadelas e gatas:
A piometra é uma
doença causada por um infecção bacteriana dentro do útero de cadelas e gatas.
Ocorre geralmente durante o diestro, fase do ciclo ovariano dominada pela
hormônio progesterona. A progesterona é o hormônio feminino que atua para
manter a prenhez, e portando todas as cadelas normais estão naturalmente
expostas a concentrações altas de progesterona 9-12 semanas após o estro
("cio"). Tal hormônio mantém o crescimento endometrial e a secreção
glandular e ao mesmo tempo suprime a atividade do miométrio permitindo acúmulo
de secreções glandulares uterinas, tais secreções proporcionam um excelente
ambiente para o crescimento bacteriano. As infecções bacterianas associadas a
piometra são causadas por bactérias normais da vagina.
Ocorre entretanto que
com esta resposta exagerada das glândulas endometriais à progesterona, estas
glândulas tornam-se císticas e repletas de líquido, líquido este normalmente
estéril e que se acumula na cavidade uterina. O acúmulo deste líquido
juntamente com a diminuição da contratilidade da musculatura do útero
(miométrio), favorece a invasão bacteriana.
Normalmente a
infecção pela bactéria Escherichia coli é a mais comum. Entretanto, infecções
mistas freqüentemente ocorrem com a presença de outras bactérias principalmente
as do gêneros Streptococcus, Pseudomonas, Salmonela, Proteus e Klebsiella.
A infeccão secundária
do útero anormal é que atribui a maior parte da morbidade e mortalidade das
cadelas ou gatas com piometra.
Com relação ao colo
uterino ou cérvix, a piometra pode ser classificada em "aberta" ou
"fechada". A piometra com a cérvix "aberta" é acompanhada
de corrimento vaginal purulento, intermitente ou constante, escasso ou
abundante e com uma coloração variando de um tom esverdeado até o achocolatado,
dependendo do tipo da bactéria presente. Nos casos de piometra com a cérvix
"fechada" não se observa corrimento vaginal.
Normalmente as
cadelas ou gatas que apresentam colo uterino fechado encontram-se mais doentes
quando comparadas com àquelas com colo uterino aberto pois o quadro de toxemia
se instala mais rapidamente.
Os sintomas
clínicos da piometra tornam-se evidentes durante a fase
luteínica, geralmente de 4 a 10 semanas após o estro (cio), ou em fêmeas
que utilizam habitualmente anticoncepcionais. Estes sintomas são essencialmente iguais tanto para
cadelas como para gatas, com
vários graus de desidratação e depressão. Incluem também falta de apetite,
vômitos, muita sede e urina abundante à semelhança de um quadro tóxico com
prognóstico ruim.
A septicemia, a
toxemia associadas à uma insuficiência renal podem se desenvolver a qualquer
momento e tornarão bem mais grave o caso. O útero geralmente encontra-se grande
e palpável. A radiografia ou ultra-sonografia são exames importantes para um
diagnóstico diferencial de outras patologias ou mesmo em cadelas ou gatas
prenhes.
O tratamento de
escolha é o cirúrgico, isto é, através de uma laparotomia (abertura abdominal)
é retirada toda a genitália interna no momento do diagnóstico
(ovário-salpingo-histerectomia). Este tratamento é indicado também para as
fêmeas de colo uterino aberto, pois nos casos em que optou-se pelo tratamento
terapêutico em cadelas ou gatas com a cérvix "aberta" verificou-se
que o índice de mortalidade era mais elevado.
Além disso, mais da metade das
cadelas ou gatas tratadas de piometra apresentaram recidiva da patologia após
alguns meses do tratamento. Após retirada do útero doente, que é a causa das
alterações metabólicas, poderemos ter com mais facilidade a recuperação do
animal, o qual deverá ser devidamente acompanhado com tratamento de suporte e
sintomático até a estabilidade geral, sendo que nesta fase ocorrerá uma melhora
significativa do prognóstico.
Informações
retiradas do site:http://www.policlinicaveterinaria.com.br/artigos_mostra.asp?id=10
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