sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Shiva, o Deus da destruição


    Shiva ou Siva, o deus hindu da destruição; é sem dúvida, uma das divindades mais sinistras e mal-compreendidas do vasto panteão indiano. Ao contrário do que muitos pseudo-bruxos dizem, o Senhor Shiva, não é um simples demônio; ele é muito mais do que isso, ele é o Senhor dos demônios. Seu nome possui vários significados, desde benevolente, auspicioso, afetuoso à terrível, destruidor, etc. Shiva é o deus do ritmo cósmico, do ciclo nascimento-morte-renascimento, do ciclo metabólico e catabólico, sem o qual não poderiam existir desenvolvimento ou vida. É o deus do Caos e da Ordem.
Shiva é conhecido por diversos nomes, tais como:
nchamukhi Maruti, Nilakhanta [garganta azul], Shambu [o benígno], Pashupati [O Senhor das Bestas], Aghora [Nada é Horrível], Nataraja [O Senhor da Dança], Rudra [O Nêmesis da Escuridão], Mahadeva [O Grande Deus], e muitos outros. Lorde Shiva, como é chamado por seus devotos, também é conhecido como o deus da morte, por que acima de tudo é o destruidor do Ego humano e da morte carnal. Ele é o doador da imortalidade para seus devotos.
O culto à Shiva é o mais popular e também pode ser um dos mais ocultos e sinistros, ao lado do culto de sua consorte, a deusa Kali, a Deusa da Morte, a Senhora e Mãe do Universo. Muitos de seus devotos são conhecidos como Sadhus [os Homens Santos] e tendem a praticar toda forma de ascetismo para demonstrar e provar sua devoção.
Shiva é representado quase sempre seminu, símbolo de sua condição primitiva para o mundo. Seu corpo é a demonstração de sua transcendência, com seus olhos semiabertos, ele está emergido em meditação, está no Caos infinito e inatingível. O Ganges nasce em seu cabelo como uma fonte que jorra ao longe nas montanhas dos Himalayas. A Lua nova em sua testa, a serpente naja ao redor de seu pescoço, o touro sagrado Nandi [O Fiel], são símbolos sagrados, formam um agrupamento que indica a função de Shiva como o deus da fertilidade. Em sua testa estão três linhas horizontais, pintadas com cinzas, que representam os três deuses da Trimurti, os três mundos. No centro de sua testa figura o Terceiro Olho [O Olho da Destruição]; é através deste olho, que a manifestação cósmica é mantida e destruída. É ele o difusor da vida e da morte. Ao redor de seu pescoço está uma guirlanda de 108 contas, os 108 elementos da criação material, e em uma de suas mãos está um rosário de 50 contas, as 50 contas do alfabeto sânscrito. Os dois brincos em sua orelha são indicativos de sua percepção cósmica; ele está sentado em uma pele de tigre, um símbolo de poder, mostrando seu domínio sobre o mundo material, animal. As diversas formas pelas quais Shiva apresenta-se, muitas vezes chocam as pessoas menos avisadas. Encontram-se imagens com um aspecto sereno e outras de aspecto atemorizantes, nos quais Shiva é o símbolo do Caos, da destruição total do universo.
Sob este ponto de vista, Shiva é considerado o Senhor dos Crematórios, o Senhor dos Ganas [que são terríveis demônios, fantasmas e vampiros], que servem à Shiva e residem com ele nas criptas de cremação e nos cemitérios. Várias de suas estátuas o representam ornado de crânios e coberto com as cinzas dos mortos.
Muitas pessoas, ainda presas pelas amarras do Cristianismo e de outras religiões ortodoxas, não conseguem compreender essas representações e seus significados ocultos, mágicos e esotéricos. Entre as várias divisões de devotos e filosofias que fazem parte da devoção à Shiva, os mais sinistros e místicos são os Aghoris e os Gorakhnathis, pertencentes as antigas escolas tântricas e para muitos são considerados os verdadeiros praticantes do Tantra do Caminho da Mão Esquerda ou Magia Negra. Ainda há muito mais há dizer sobre o Senhor Shiva. Um dos deuses mais fascinantes e misteriosos entre todos os sistemas ocultos e mitológicos de todos os tempos.

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