domingo, 11 de dezembro de 2016

HERMES, O MENSAGEIRO DOS DEUSES


A mais esperta e eloquente das divindades gregas, Hermes, identificado como Mercúrio na mitologia romana, é o mensageiro dos deuses olímpicos. Sua capacidade de dominar a palavra, demonstrar astúcia e diplomacia, fez dele o deus do comércio e dos ladrões.
Hermes representa a jovialidade divina. Seu vigor faz com que viaje por todos os lugares do mundo, o que o torna o deus dos viajantes e protetor das estradas. Para percorrer os céus, traz um chapéu de abas com duas asas e sandálias aladas, que lhe permite voar com eximia ligeireza. Numa das mãos porta o caduceu, varinha mágica que recebeu de Apolo.
Símbolo da juventude fálica, Hermes tinha suas imagens itifálicas erguidas nos templos. Era, assim como Apolo, tido como o ideal de beleza, possuidor de uma agilidade viril. É na figura de Hermes que a androgenia da perfeição da beleza idealizada pelos gregos toma forma, através de Hermafrodito, fruto do seu amor com a bela Afrodite (Vênus), ser que nascera com os dois sexos.
Nascido da aventura amorosa entre Zeus (Júpiter) e Maia, Hermes foi o único filho tido pelo senhor do Olimpo fora do casamento, que não despertou a ira da ciumenta Hera (Juno). Seu carisma conquistara a deusa, que chegou a alimentá-lo no peito quando ainda criança. Hermes é sedutor, atraente com as palavras, senhor absoluto da astúcia.
Deus dos lucros das transações, é ambíguo como o é o próprio comércio. Se protege a lábia dos ladrões, também os condena por atos espúrios. Odeia a guerra e a discórdia, prezando a diplomacia como solução às querelas divinas e humanas.
Sem nunca parar, Hermes percorre todos os caminhos entre a Terra e o Olimpo. Incansável, leva nos lábios as mensagens dos deuses, propagando-as para os mortais. Seu poder de persuadir embriaga a humanidade, fazendo dele o mais sedutor de todos os olímpicos.
 As primeiras descrições do mito de Hermes datam do período arcaico da cultura grega. Uma das mais importantes consta no Hino Homérico a Hermes, uma criação anônima dos séculos VII ou VI a.C. que trata de seu nascimento e primeiras proezas. O Hino abre com uma saudação ao deus, chamando-o de Senhor do Monte Cilene e da Arcádia, dos rebanhos de ovelhas, e mensageiro dos deuses. Também o nomeia como filho de Zeus, fruto de seu amor adulterino com Maia, uma ninfa filha de Atlas e Pleione, a mais velha, sábia e bela de sete irmãs, as Plêiades. Vivendo em uma caverna, escondida dos olhares humanos e principalmente do notório e tempestuoso ciúme de Hera, esposa de Zeus, Maia deu à luz "esta engenhosa criança, este hábil planejador de artifícios, o perseguidor e capturador de gado, o pastor dos sonhos, este cidadão da noite que espreita nos umbrais". Não demorou para mostrar sua origem divina: nascido pela manhã, já ao meio-dia estava tocando a lira, e à tardinha furtou o gado de Apolo.

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