domingo, 11 de janeiro de 2015

origem do calendário


  Se algum país empenhou-se em fixar datas que reconheceríamos hoje, foi a Inglaterra; e isso aconteceu por causa de Beda, o Venerável, que popularizou o uso do sistema do Anno Domini, através de sua obra famosa De Tetnporum Ratione (Sobre o Cálculo do Tempo).
Feito em 725, De Tetnporum Ratione baseou-se nos cálculos da Páscoa de um estudioso cítico do século VI, Dionysius Exiguus (Dionísio o Pequeno).
  O conceito de zero ainda não entrara no pensamento matemático ocidental, baseado nos  numerais romanos. Assim, a era cristã de Dionísio perdia os doze meses do ano 0 necessários para se chegar ao começo do ano 1. Ainda mais importante, o ano que Dionísio escolheu para o nascimento de Cristo era quatro anos depois da morte do notório Rei Herodes, que ficara enfurecido, de uma forma tão memorável, com o nascimento em Belém de um rei dos judeus rival. A descrição do Evangelho do nascimento de Cristo como  ocorrido no reinado de Herodes significa que Jesus provavelmente nasceu em 4 a.C, ou mesmo antes (o que também significa que o segundo milênio de seu nascimento deveria ser celebrado em 1996 ou 1997, não em 2000).
  Beda percebeu esse erro no proposto ano 1 de Dionísio, mas  evidentemente achou que os poucos anos de imprecisão importavam menos  do que o conceito extraordinário de datar a história de acordo com os "Anos  da Graça", a era do reinado de Cristo na Terra.
  Persistia a confusão sobre o dia do verdadeiro início do ano cristão. Beda  considerou que o ano deveria começar com o nascimento de Cristo, a 25 de dezembro. Mas, seguindo essa lógica através de nove meses de gravidez, chega-se ao dia 25 de março, a Festa da Anunciação, ou Dia de Nossa Senhora, celebrada pela igreja em comemoração da visitação do anjo Gabriel a Maria, com a notícia de que ela esperava o Cristo criança. Assim, o Dia de Nossa Senhora foi celebrado por séculos como o verdadeiro início do ano.

  Toda essa complexa mistura dos imponderáveis sol, lua, estrelas e os acréscimos falíveis da história humana está representada nas páginas do Calendário de Trabalho de Julius, que apresenta os doze meses romanos com que estamos familiarizados, sobrepondo as filigranas da elaboração cristã.
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