domingo, 3 de março de 2013

FÁBULA DA CONVIVÊNCIA



Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem ao clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhe forneciam mais calor, calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se feridos, magoados, sofridos...
Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.
Doía muito...
Mas essa não foi a melhor solução: afastados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para conviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim aconchegaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.
Os homens têm tentado aprender a conviver entre si, como os porcos-espinhos. Mas no final do segundo milênio é tempo dos homens aprenderem com os pandas e/ou com os pássaros que se abraçam prazerosamente por inteiro, sem se ferirem, apesar de suas garras e bicos. Esse é o aprendizado do AMOR.
(autor desconhecido)

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